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A Bola de Ouro - quem decide sobre a entrega dela, quais são os critérios e porque é injusta?

septembro 28, 2020

A France Football cancelou a edição da Bola de Ouro de 2020. Este título é o maior prémio do mundo do futebol que um jogador pode ganhar individualmente. Por outras palavras, o vencedor pode intitular-se o melhor jogador de futebol do mundo numa determinada temporada! Portanto, nenhum outro título é tão valioso para um jogador como este.

Lionel Messi ganhou este troféu 6 vezes, Cristiano Ronaldo – 5. Não admira que estes dois sejam considerados os melhores jogadores dos últimos 15 anos. Como tínhamos mencionado no artigo anterior, achamos que a estrela do Bayern Munique – Robert Lewandowski, merece este prémio mais do que qualquer outro jogador nesta temporada. Portanto, chegou o tempo de analisar mais de perto os critérios e parâmetros do prémio da Bola de Ouro.

Antes de mais, é preciso saber quem toma a decisão de atribuir o prémio. 

Os 30 melhores jogadores são escolhidos pela France Football e 176 jornalistas de vários países que têm o papel de júri. Estes jurados são obrigados a avaliar os seguintes critérios:

– Desempenho individual e coletivo durante a temporada

– Nível individual do jogador 

– Desenvolvimento da carreira do jogador

A forma exata como estes critérios são avaliados depende de cada um dos júris. O problema é que os números atingidos no passado podem ser tidos mais em conta do que os da temporada atual. Isto significa que os jogadores com uma enorme reputação mundial, provavelmente terão um melhor resultado do que aqueles que não são reconhecidos. Robert Lewandowski jogava perfeitamente antes desta temporada mas os meios de comunicação social do Sul da Europa e da América nunca tiveram muito interesse por ele. Se analisarmos os resultados anteriores com mais atenção, podemos reparar nos jornalistas que frequentemente votam segundo a origem. Por exemplo Lionel Messi é o número 1 entre os jornalistas argentinos, mesmo que não seja o número 1 numa determinada temporada tendo em conta uma perspetiva desportiva. Isto mostra que infelizmente os critérios não exigem uma avaliação objetiva dos feitos. Caso contrário, Lewandowski teria conseguido ficar em primeiro lugar se a edição tivesse lugar.

 

Como se sabe, A France Football cancelou a Bola de Ouro de 2020 porque se diz que uma avaliação justa não é possível devido à pandemia de coronavírus. Será assim? Ao contrário da Liga Francesa, todas as ligas europeias, tal como: La Liga, Premier League, Bundesliga e Serie A, terminaram esta temporada. Será que a decisão da France Football foi tomada porque nenhuma das estrelas francesas da Liga francesa não tem hipótese de ganhar? Kylian Mbappé, a estrela do Campeonato do Mundo de 2018 na Rússia, até hoje não ganhou a A Bola de Ouro e é pouco provável que o faça em 2020. Se Mbappé jogasse no Real Madrid ou no Liverpool FC e fosse o favorito para o prémio da A Bola de Ouro de 2020, será que a France Football também cancelaria o galardão? Duvidamos muito disso! 

A objetividade nem sempre é o ponto forte dos decisores, como demonstrou a edição da Bola de Ouro em 2019. Virgil van Dijk o principal defesa da equipa vencedora do Campeonato Inglês do Liverpool, foi um dos favoritos para o prémio reconhecido por muitos especialistas em 2019.

Afinal, Messi acabou por ganhar novamente. Van Dijik é infelizmente “apenas” um defesa, portanto o seu jogo não é tão espetacular como o dos jogadores que jogam no ataque. Em 2014 em circunstâncias semelhantes fizeram que o guarda-redes alemão, Manuel Neuer não fosse premiado. Não só foi o melhor guarda-redes do mundo em 2014 mas também revolucionou as táticas do futebol, pois jogou como se fosse um décimo segundo jogador na equipa. Muitos dos melhores guarda-redes adoptaram esta tática após  2014. Robert Lewandowski é um atacante mas vem de um país que não tem uma posição elevada na FIFA e UEFA. Questões da origem não devem desempenhar um papel na apresentação de tal prémio quando se trata de um prémio próprio que apenas sublinha e avalia o jogador numa maneira individual com as suas conquistas. Então deve-se fazer uma pergunta: será que a política é a força motriz (por detrás) do Prémio da Bola de Ouro? Nos bastidores, ficam as personagens influentes que estão associadas aos principais clubes espanhóis, tal como Real Madrid e FC Barcelona, parecem ter o papel principal. Esta é a única forma de explicar o domínio extremo dos jogadores do Sul da Europa nos últimos anos. A influência de jornais desportivos, tais como como a Marca e o AS em importantes jurados jornalísticos é também significativa. Devido ao grande número de países hispanofalantes, a influência destes é maior do que até da revista alemã Kicker. A pressão da Polónia não tem praticamente nenhuma hipótese de afetar as votações dominadas pelo Sul da Europa. Aqui está o problema principal. Robert Lewandowski simplesmente não tem o apoio tão forte em comparação com outras estrelas internacionais do futebol. Por isso, não há um grande interesse para que a edição tenha lugar este ano. É provável que o maior apoio dele seja o chefe do Bayern de Munique, Karl-Heinz Rummenigge que quer intervir diretamente a Gianni Infantino – Presidente da FIFA, para ele convencer a France Football a mudar a sua decisão. 

            Na nossa opinião os fãs de futebol deveriam estar mais conscientes da injustiça desta decisão. Se um número suficiente de pessoas falarem com a France Football, os diretores da revista podem refletir nas suas opiniões e se Rummenigge também disser algo em voz alta sobre esta questão, Robert Lewandowski pelo menos terá uma oportunidade de ser eleito.

Isto é um mínimo de justiça para esta incrível estrela do futebol que está constantemente a melhorar os aspetos do seu jogo, tais como: penaltis, livres e eficiência geral, que já está a um nível incrível e tendo em conta que é um jogador com mais de 30 anos de idade. Isto faz dele um exemplo do quanto pode ser conseguido através do trabalho duro e assim é um modelo para ser seguido pelos jogadores jovens. O seguinte ditado resume perfeitamente o caso de Robert Lewandowski: “Per aspera ad astra”.

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